segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Traça !!!


A traça como normalmente é conhecida entre os apicultores é um dos problemas apícolas, que maiores prejuízos económicos causa aos apicultores.

Penso que pode ser definida como uma infestação oportunista, não das abelhas propriamente ditas, mas do seu meio ambiente dentro da colónia, ou seja dos quadros de cera onde normalmente as abelhas guardam as reservas para os tempos de escassez.

Este problema inicia-se pela entrada nas colónias das traças, onde as mesmas vão fazer a sua postura de ovos, preferindo os quadros que no futuro vão assegurar alimentos à geração seguinte de traças, preferindo para o efeito dos quadros com reservas de pólen. Carateriza-se pela criação e uma teia “desordenada” de fios de seda, produzidos pelas larvas, que vão comendo a cera e o pólen e em simultâneo vão construindo galerias ao longo do interior dos quadros, e não só, provocando por isso a sua destruição. As abelhas ficam impossibilitadas de remover as larvas pois as mesmas protegem-se com a teia que criam e que normalmente serve de invólucro ao seu futuro casulo que lhe vai permitir a sua metamorfose.


 Com a chegada do final da época apícola, os enxames tendem a reduzir a sua população, este ano com a agravante de escassez de reservas, faz com que a maioria dos enxames tenda a ter quadros vazios de população embora esses mesmos quadros possam conter algumas reservas sobretudo reservas de pólen.

Enxames fracos, quadros pouco ou nada ocupados de abelhas são as condições essenciais para os ataques de traça, cuja melhor prevenção passa sobretudo por tentar manter os enxames fortes, mas quando isto não é possível e ainda que não goste de fazer menção direta a nenhuma marca, a única coisa aparentemente eficaz no seu combate é um produto que conheço sobre a designação de "cerapol", que é um produto preparado na altura e com a solução obtida se pulverizam os quadros. Este produto, que são esporos, ao ser ingerido pelas larvas, provocam a sua morte, não afetando, nem as abelhas nem o ser humano.
Este mesmo problema existe fora da colmeia nas ceras que o apicultor tenta manter para a época do ano seguinte, e onde os estragos são novamente muito elevados.
Neste caso, o apicultor pode tentar preservar as ceras atraves do congelamento das mesmas tentando atraves desta técnica matar ou eventuais ovos ou larvas que eventualmente existam.
Outra forma e porque se sabe que tanto as larvas como a propria borboleta detesta a luz, é dentro do possivel expor os quadros à luz do dia ou numa tentativa de evitar que as borboletas procurem as ceras, proteger os locais de armazenamento com a chamada luz negra.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Os projetos de apicultura ou de instalação de apiários

Nunca até hoje, em minha opinião claro, tanta gente decidiu de repente tornar-se apicultor. Claro que a atual crise económica que atravessamos também tem a sua quota-parte de responsabilidade, pois de repente a nossa sociedade atirou para o desemprego milhares, senão milhões, de homens e mulheres, que de repente se vêm se alternativas de sustento e tentam encontrar na apicultura uma forma de obtenção de rendimentos, até porque a apicultura é a única atividade agrícola que não implica que o apicultor seja proprietário da terra ou que tenha algum vínculo com ela, basta que tenha autorização do dono, do arrendatário, para que em meia dúzia de metros quadrados possa instalar o seu apiário. Por outro lado as mais ou menos recentes orientações políticas emanadas da CE, dando-se conta que é necessário um regresso às origens com o inerente equilíbrio biológico e proteção da biodiversidade, levaram a que da mesma CE tenham sido libertados fundos, para fomentar a apicultura.

Esses fundos traduziram-se no caso de Portugal, no incentivo a fundo perdido de projetos de instalação de explorações apícolas, contemplando em muitos casos um prémio monetário de instalação aos novos agricultores/apicultores.

Até aqui tudo bem, no entanto, começa a desenhar-se um quadro, já visto no passado, em que mais uma vez o investimento, o dinheiro, que deverá ser para apoio e desenvolvimento de projetos, para ser aplicado no desenvolvimento da atividade apícola, de nada vai servir pois a forma como os apoios estão a ser dados, não corresponde na prática à forma mais correta de fazer as coisas.

Quem frequenta fóruns sobre apicultura, tem-se dado conta nos últimos tempos em que aparentemente vindos no nada, aparecem novos apicultores com 100, 200 ou mais colmeias, mas que não fazem a menor ideia do maneio de uma colmeia e com duvidas básicas, licitas claro, de como proceder nas operações mais básicas mas que no entanto para um apicultor mais experiente, deixam antever o fim que a muito curto prazo vai acontecer, pois a vida de uma abelha é muito curta, tudo se passa muito depressa, e quando um apicultor inexperiente se apercebe que tem uma doença nas abelhas, normalmente já elas morreram todas.

Mas para não deixar qualquer margem de dúvida, sou completamente a favor dos incentivos para a apicultura, apenas em minha opinião e porque afinal o dinheiro que alguns recebem é de todos, ele aparece vindo do nada, foram impostos que forma pagos tanto por portugueses como por outros membros da CE, temos a obrigação de exigir que haja maior rigor e critério na forma como ele é administrado

Há uma cláusula nos apoios aos projetos apícolas, que eu acho errada no timing em que é feita e que leva a que a maior parte dos projetos sejam condenados ao fracasso, e, mais não seja do que continuar a deitar dinheiro fora, pelo menos dos projetos que eu conheço.

O financiamento destes projetos obriga o candidato a frequentar um curso de apicultura e gestão no espaço de 3 anos.

Qualquer um de nós sabe que iniciar uma atividade apícola, na sua fase mais complicada, é o início, é quando não se sabe nada sobre abelhas ou como criar abelhas, e na prática quando o candidato vai frequentar o curso já as abelhas morreram.

Pessoalmente, tenho conhecimento de projetos aprovados para candidatos a 500 colmeias que não distinguem uma abelha de uma vespa.

Em minha opinião, os candidatos deveriam começar por frequentar um curso de formação profissional e o apoio pecuniário ser de acordo com o aproveitamento do curso, tanto na sua componente de gestão como de criação de abelhas e terem acompanhamento obrigatório de um técnico durante a fase de projeto ou seja os 3 anos com a obrigatoriedade de cumprirem limites mínimos de desempenho ou á devolução de todo ou parte do capital dado porque estes fundos são na sua maioria a fundo perdido, sendo que alguns dos projetos ainda contemplam um prémio de instalação para novos agricultores que pode ir até 40.000 euros.

Isto fazia com que quem de facto recebesse os fundos já fosse minimamente capaz de os saber aplicar de acordo com a finalidade a que se destinaram.

Hoje, tanto quanto sei, esses fundos já não apoiam a instalação a 100% ou seja, hoje apenas só já é apoiada a fundo perdido a aquisição do material, seja colmeias, seja equipamento relacionado com a apicultura não estado as abelhas contempladas nesses apoio, isto faz questionar e depois do acima dito, o que vai fazer um apicultor inexperiente, que tenha tido o azar de se cruzar com uma loque ou com uma parasitação de varroa? fica com 200 colmeias vazias ? abandona o projeto ? e o dinheiro que afinal era de todos como fica ?

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Problemas com mestras ...

Um ou dois dias antes de se ter iniciado o periodo anormal de chuvas fora de época que esta primavera nos proporcionou, encontrei numa colmeia "vazia" e que me preparava para limpar para usar em desdobramentos, uma pequena garfa (para quem não está familiarizado com a terminologia, garfa é um pequeno enxame) que se tinha instalado dentro dessa colmeia e até já tinha criado um favo já com alguma dimensão.

(o resto das fotos não tem qualidade, nesta pode ver-se que embora não picando uma mestra tenta usar o aparelho bucal para morder)

Reparei, tanto pela experiência como pelo aspeto, que a rainha que acompanhava essa garfa não estaria provávelmente fecundada, tinha um aspeto de rainha virgem, algo nervosa, aspeto mais esguio, até uns milimetros mais pequena, o enxame era uma pequena garfa indicando que seria uma enxameação secundária, enfim aquelas coisas que a experiência nos vai ensinando.

Reparei também que na altura não havia nenhuma postura no favo que entretanto tinham puxado e que já poderia ter sido usado pela rainha para depositar a sua futura geração. Nada.

Entretanto, alimentei essa pequena garfa, que a alimentação na natureza escasseava, elas próprias tinham armazenado uma quantidade mínima de mel nesse favo que tinham puxado e fui controlando o seu desenvolvimento.

Até hoje, apenas existiu meia duzia de larvas de zangão dessa rainha, foi durante esse tempo fornecido um quadro com criação para tentar ajudar esse enxame, e nada resultou. A rainha tinha (digo tinha porque já não está entre os seres vivos) um bom aspeto, no entanto e provávelmente pelos dias que se seguiram e quando necessitava de ter sido fecundada, não o pode fazer pelo situação climática que se fez sentir.


Hoje procedi á sua captura, forneci a esse enxame uma quadro com alveolo real prestes a nascer, tendo tido o cuidado de préviamente equilibrar os cheiros dentro da colonia, borrinfando todas as abelhas presentes com uma solução açúcarada e com cheiro ativo, no sentido de se aceitarem tanto o quadro que contém o alveolo como algumas abelhas novas que o acompanharam.

Veremos o que vai acontecer.

A mestra morreu em poucos segundos dentro do congelador do frigorifico, isto deu para pensar no que acontece à criação quando abrimos uma colmeia num dia muito frio ...

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Reciclando

     Nos últimos tempos comecei a ver à porta das mercearias, algumas caixas de madeira, onde normalmente são distribuídos legumes e frutas, e que segundo os lojistas logo que entregues nas referidas lojas devem ser esvaziadas e colocadas fora das lojas, para cumprimento da lei em vigor.

     Essas caixas, depois de esvaziadas deixam de ter qualquer interesse tanto para o distribuidor que não as pode tornar a usar, mais a mais encarecia-lhe os custos pois teria de arranjar forma de as recolher e poder armazenar, nem para o dono da loja, pois assim que esvaziadas, têm de ser retiradas da loja sendo e acabando no lixo.

     Essas caixas, feitas em madeira de pinho, normalmente em bom ou muito bom estado e de tamanhos normalizados, não tendo interesse qualquer outro interesse, começaram no entanto a despertar a minha curiosidade de forma a poder dar-lhe alguma utilização porque afinal tinha ali um recurso muito útil e sobretudo muito barato !!!



     Depois de ter falado com o dono da loja e ter tido de imediato o seu consentimento, sim porque convém pedir até porque por mais não seja, fica bem, recolhi duas ou três e verifiquei que a normalização das mesmas, mesmo que de fabricantes diferentes, era muito útil, porque assim fosse qual fosse o projeto a matéria prima teria sempre a mesma forma permitindo que depois projetada qualquer utilização, se ficasse interessante o resultado final, seria apenas de ir repetindo o que entretanto tivesse fabricado.


     Comecei por desmanchar uma delas, coisa que não foi difícil, pois em cinco minutos estava feito e o resultado foi o que se vê na foto.



     A primeira coisa que de imediato vi aplicação foi no fundo da própria caixa pois, basta apenas corta-lo á medida de uma colmeia normal e o problema da substituição dos fundos das colmeias, começava a ter material de reserva para poder ser executado quando necessário.


     A madeira tem 5mm, é um pouco fina para isolar no inverno, no entanto o facto de ser madeira tem por exemplo a vantagem de poder ser desinfetada por maçarico coisa que os mininúcleos de esferovite não podem ser. Ao constatar isto resolvi então que a primeira aplicação seria tentar fabricar estes mininúcleos para fecundação de rainhas.



Continua ....

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Brincando com abelhas .. Cap final !

Capítulo final.

Já não existem abelhas no núcleo, embora três delas ainda se encontrem vivas.
Não foi detetada nenhuma doença oportunista, a morte da colónia acontece por não haver substituição de efetivos, não havia rainha para poder dar continuidade a esta pequena colónia.

A falta de rainha levou que depois da tentativa falhada da criação de uma realeira, esta colónia tenha assumido um comportamento algo apático, embora o clima não tenha ajudado, sempre foi notada uma passividade, uma falta de objetivos que pudessem ser um estímulo para trabalhar sobretudo a partir da altura em que toda a criação foi celada

Valha a verdade tiveram tudo contra elas, desde o clima até ao abuso humano, acho que lhes aconteceu de tudo.

Tentando tirar conclusões desta experiência, nunca ficaram na condição de "zanganeiras", talvez por falta de alimento, da criação inicial, uma parte dela morreu, provavelmente devido ao frio do primeiro "acidente".

Ficou algum pólen acumulado de reserva e uma réstia de mel nos alvéolos


Fim

domingo, 8 de abril de 2012

Brincando com abelhas .. Cap VIII

O tempo que felizmente se fez sentir nas últimas duas semanas inviabilizou a introdução de uma mestra nesta colónia.

A maior parte de criação emergente morreu provavelmente devido ao terem estado expostas ao frio e por não haver abelhas suficientes para manter a temperatura, infelizmente a estupidez de alguns, levou provavelmente a este desfecho.


As poucas abelhas que se encontram no núcleo,  não estão a trabalhar embora já exista muita floração, não têm reservas de mel, têm alguma reserva de pólen.

O seu aspeto debilitado pode ser provocado pela falta de alimento, ou porque começam a sofrer de alguma doença oportunista devido ao estado geral de fraqueza da colónia.

Foi fornecido mais xarope de açúcar agora no sentido de tentar perceber quando se vão tornar zanganeiras, ou seja quando e se alguma das obreiras vai iniciar a postura numa ultima tentativa de salvação da colónia

domingo, 1 de abril de 2012

Brincando com abelhas .. Cap VII

15 dias passados e com um segundo desastre pelo meio, as abelhas desta minicolónia continuam a dar mostras de querer vencer as dificuldades.

A chuva chegou finalmente, tem chovido nos ùltimos 4 dias e não tenho podido fazer visitas regulares para poder controlar o que vai acontecendo.

Desta vez foi a curiosidade de alguém que pensou que dentro daquela caixa estaria talvez um pote com barras de ouro, então abriram o núcleo onde está instalada a colónia e provávelmente ao verem que eram abelhas ou por terem sido atacados por elas, deixaram-no aberto ao frio e á chuva; Não sei quantos dias terá estado aberto. Desde a passada terça feira que lá não ía.


Encontramos as abelhas todas juntas, cheias de fome e de frio, penso que o pouco mel que exista terá sido levado pela chuva e o restante consumido para tentarem manter a temperatura que na altura da visita estava abaixo de 15º.


Começaram a nascer as primeiras abelhas.

Adicionamos mais xarope de açúcar pois o que existia era apenas água da chuva.

terça-feira, 27 de março de 2012

Brincando com abelhas .. Cap VI

Continuação ...

Dez dias passados sobre o início desta experiência e na tentativa de descrever o melhor possível o que se passa, temos então que não há nenhuma realeira nem possibilidades que alguma possa a vir ser construída se não existir nenhuma mudança radical na situação.

Esta colónia está irremediavelmente condenada á extinção!

A evolução desta situação vai passar pelo aparecimento de abelhas "poedeiras" que são apenas abelhas obreiras que pela ausência de mestra e numa tentativa desesperada de sobrevivência da colónia, vão desenvolver os ovários e iniciar postura de ovos, coisa que em condições normais não existe. Como estas abelhas não são nem nunca serão fecundadas, apenas podem depositar ovos inférteis, e por consquência disso apenas podem criar zangãos. Por isto se designa uma colmeia de zanganeira pois num estado avançado desta condição vão apenas restar zangões na colónia, como não poduzem, a colónia, irremediávelmente, desaparece. Esta condição vai demorar ainda alguns dias para poder aparecer, logo ainda irei a tempo de intervir e a intervenção e porque são visiveis algumas abelhas parasitadas com varroa, e para poder interromper este ciclo vai ser introduzida nesta colónia uma nova mestra já nascida. Evito com isso a repetição de um facto que já sucedeu que foi a falha de criação de uma nova mestra, quando em teoria o mesmo poderia ter sido conseguido, provávelmente a falha atribui-se ás condições meteorológicas adversas que se têm feito sentir, e porque como se sabe, a varroa reproduz-se na criação, logo, a oferta de nova criação ía criar condições propícias á evolução da varroa, coisa que na presente situação é inviabilizada pois não existe criação aberta que possam já contaminar.

Vou esperar pelo nacimento de toda a criação para intervir na resolução do problema da varroa com condições ótimas para o sucesso ou seja a falta de criação em fase larvar.

Hoje não há fotos pois também para além da estratégia que vou seguir pouco mais há a assinalar no entanto e por mero acaso fotografei uma abelha, estou convencido que é uma abelha, de dimensão muito reduzida e que se deliciava num banho de pólen na flor de uma esteva.

Se alguém a conseguir, ou souber identificar, eu pelo menos agradeço.

Pormenor da cabeça

Vista laterar
Completamente cheia de pólen
Outra vista lateral
Vista do abdómen
Abelha apis para termos de comparação de dimensão


Continua...

domingo, 25 de março de 2012

Brincando com abelhas .. Cap V

Continuação ...

Faz hoje 8 dias que esta experiência começou. Não foi possível nos últimos dois dias fazer nenhuma observação pois o tempo não o permitiu, frio e sobretudo muito vento, colocariam em perigo toda a colónia, no entanto o desastre aconteceu, o vento deitou abaixo o núcleo que embora tendo muito peso em cima já tentando precaver estas ocorrências não foi no entanto suficiente. Este material, o chamado roofmate, para além do facto de ser barato, muito fácil de trabalhar e bom isolador térmico não tem mais vantagem nenhuma e tem vários inconvenientes, a falta de peso, o não se poder "esterilisar" pela chama pois não pode apanhar calor e a sua exposição ao sol, vento e chuva também lhe reduz bastante a vida pois começa a desfazer-se em pó, fica o aviso!

No meio do azar do acidente sofrido houve alguma sorte, pois o quadro tombou em cima do pacote do sumo usado como alimentador interno e isso permitiu ás abelhas ficarem com espaço para poderem de imediato começar a tentar resolver o problema.


Fazendo um ponto da situação; A realeira que existia na parte da frente do favo penso que terá sido destruida, pois a mesma desapareceu e não parece ter sido a queda pois o aspeto era de ter sido destruida.

A realeira na parte traseira não tem sinais de ter avançado, parece estar vazia, foi colada á cera antiga, embora não podendo observá-la em pormenor, diria que está vazia. Não foi visivel mais nenhuma embora tenha sido movida alguma cera antiga para melhor poder observar tudo.


O quadro deixou de estar assente no fundo foi suspenso tentado dar-lhe um ambiente mais próximo da realidade

É sabido que as abelhas em alturas de crise expulsão os zangãos da colónia, no entanto aqui e perante todas as dificuldade de sobrevivência encontradas estas abelhas continuam a conviver pacificamente com talvez uma duzia de zangãos que por lá andam.

Outra observação e esta mais grave, foi o ter observado abelhas com varroas, foram observadas 4 ou 5 com o ácaro.

Continuam a demonstrar um comportamento bastante calmo, bom movimento de entrada e saída de abelhas, embora tenha sido observado que pouco pólen está a entrar na colónia, talvez porque já não existe criação aberta, ou pelo menos se existir será nesta altura muito pouco.

Nesta altura é óbvio que já não existe possibilidade nenhuma de tentarem criar uma nova mestra, pois já não existem larvas viáveis.

Fica a questão porque não conseguiram fazer uma nova mestra apesar de duas realeiras feitas ?, penso que terá sido sobretudo o frio da noite que terá morto a criação mais propícia a esse passo e elas ficaram sem nada para poder contornar o problema.

Chega a altura de tomar decisões e de dar uma ajuda, vou tentar resolver o problema do aparecimento de varroa através do açucar em pó, ou seja vou borrifá-las com açucar em pó na expetativa de entrarem num frenesim de limpeza e se livrarem das varroas.

Estou indeciso entre fornecer mais criação para lhes dar possibilidades de tentarem puxar uma mestra ou introduzir uma mestra virgem nos próximos dias.

O clima continua a não ajudar pois continua a não haver floração ou seja, chuva?!, cairam umas gotas de chuva barrenta que a única coisa que fez foi sujar tudo, acho que nem o pó assentou.

Foi fornecido mais alimento, mel e xarope de açúcar.


Continua ...

quinta-feira, 22 de março de 2012

Brincando com abelhas .. Cap IV

Continuação ..

120 horas passadas desde o inicio desta experiência, temos que já são visiveis as primeiras reservas dé pólen e de mel armazenadas no favo.


O alimento deixado inicialmente foi todo consumido, foi adicionado mais xarope de açúcar.

A realeira continua a ser visitada pelas abelhas como se estivessem a alimentar uma larva mas continua vazia, no entanto e novidade das novidades construiram uma outra realeira na parte traseira do favo, infelizmente não é pela sua posição possível de observar o seu conteúdo.



As abelhas começam a trabalhar em bom ritmo, quero com isto dizer que o movimento na entrada do núcleo começa a ser quase uma constante.


Embora começando a haver muito pólen disponível para colheita, nas abelhas observadas hoje eram poucas as que transportavam pólen.

Continua ..

quarta-feira, 21 de março de 2012

Brincando com abelhas .. Cap III

Continuação ...

Obviamente já tive que de novo ir vistar estas abelhas.

Então temos que, e numa tentativa de descrever o que se está a passar, e fazendo um ponto da sitação 72 horas depois do inicio desta experiência, começam a ser visíveis as primeiras reservas de néctar e pólen.



Alguma criação, não muita mas sobretudo a mais nova, morreu e foi retirada dos alveolos.



A célula real, que  afinal é apenas uma e que de início e depois de a ter podido observar com mais atenção, parecia-se com uma falsa realeira, foi reconstruida e continua a ser construída mas novidade das novidades, que, infelizmente não consegui documentar em foto, a célula por enquanto está vazia.



O mel e o xarope de açúcar continuam a ser consumidos  a bom ritmo e começam a ver-se mais abelhas campeiras a voltar carregadas de pólen.



Não está fácil a vida destas abelhas mas continuo a apostar nelas, e vou continuar a postar aqui o que se vai passando e for observando.


Continua...

segunda-feira, 19 de março de 2012

Brincando com abelhas .. Cap II

Continuação ...

Tinha programado que a próxima visita a esta experiência seria no prazo de 4 dias ou que seria deste relato a 48 horas, no entanto porque tive de ir perto deste apiário não resisti á tentação de ir ver como as coisas estavam a correr.

E posso dizer que fiquei contente com o que vi, mais uma vez fiquei maravilhado com a capacidade que as abelhas têm para resolver situações adversas.


Como no início desta experiência tinha descrito este punhado de abelhas era composto sobretudo de abelhas novas. É sabido que durante a sua vida as abelhas vão desempenhando diferentes tarefas, que vão desde o tratamento da criação, fase da vida que se designa por "nutriz", evoliundo depois para "guardas" e terminando a sua vida como "campeiras" ou "coletoras". Sabemos também que podem saltar fases da vida consoante as necessidades do coletivo.

A esta colónia, são colocados vários problemas. Não têm uma mestra para tratarem, logo a fase de ama da raínha não se coloca, não têm criação a nascer, ainda, para que se ocupem da limpeza das células que vão ficando vazias, têm alguma criação para cuidar e não têm abelhas campeiras, para ir lá para fora coletar alimento.


Foi observado que o alimento fornecido, mel e xarope de açúcar estava a ser consumido a bom ritmo e que já se viam algumas reservas nos favos.


Foi observado que a criação continuava a ser bem alimentada e cuidada e que algumas células com criação que tinham ficado danificadas foram reparadas para que o desenvolvimento da larva e da pupa pudesse continuar.


Foi observada a criação de uma célula real, acho que estão a criar duas, mas como não quis perturbar não fui verificar com mais precisão se de facto estão a fazer duas se apenas uma.
Por último e das observações fundamentais, vi estarem a chegar algumas abelhas com pólen e provávelmente néctar.


Vi hoje também a primeira flôr de esteva deste ano, já a ser visitada por uma abelha por acaso deste pequeníssimo núcleo, pois vi que ela voou para a sua cólonia e vi que entrou na mesma




Continua ...

sábado, 17 de março de 2012

Brincando com abelhas .. Cap. I

Vou dar inicio aqui a uma descrição de uma experiência que espero ser bem sucedida.

Hoje, durante uns trabalhos apicolas, realizados "sobrou" um quadro com uma cera estragada e com um pouco de favos puxados e um pequeno punhado de abelhas.

A primera tentação foi sacudir as abelhas a deitar fora a cera que lá estava.



No entanto, e para ser exato na descrição, devo dizer que foi o meu filho que depois de olhar com mais atenção viu que o mesmo estava populado com abelhas novas e que as mesmas se encarregavam de tratar de alguma criação aberta que havia na pouca cera que as abelhas tinham construido nesse quadro, havia também alguma criação já celada no quadro e sobretudo havia alguma criação viável para a tentativa de criação de uma mestra, pelas abelhas.


Por proposta/desafio dele, preservamos esse quadro com as abelhas que o ocupavam, e predispusemo-nos, partindo de um punhado de abelhas que o populavam, presumo que não mais de 250, tentar levar as abelhas a produzir uma mestra e a construir uma nova colónia. Claro que isto para quem lida com abelhas e sobretudo com a produção de raínhas não é novidade nenhuma, pois sabemos que com uma pequena quantidade de abelhas se consegue fecundar uma mestra e por consequência desenvolver uma nova colónia, mas aqui o desafio é diferente, nós não temos, nem vamos fornecer nenhuma mestra, temos apenas larvas com viabilidade possível para as abelhas produzirem uma nova mestra para elas.


Foi cortado o quadro de meia alça langstroth que era o suporte físico onde elas estavam de forma a caber dentro do núcleo disponível e foi, para não stressar mais as poucas abelhas, metido num núcleo reversível de "roofmate" . que possuimos para a produção de núcleos de abelhas.


O procedimento adotado foi o afastar esse núcleo alguns kms do local de origem, até porque o apiário não era nosso, foram, como disse, acomodadas num núcleo reversível e alimentadas com xarope de açúcar, e pronto, isto teria ficado por aqui se durante o fornecimento de xarope alimentar não tivesse sido verificado a total ausência de qualquer alimento, condição que á partida condenava tudo irremediávelmente.


Posto isto decidiu-se fornecer mel, que foi previamente fervido na tentativa de o isentar de transporte de alguma possível doença, que seria fatal para o pequenissimo número de abelhas disponíveis.


E pronto, começou a aventura e termina aqui o primeiro capítulo da mesma, vamos esperar 4 dias a contar de hoje e verificar se as abelhas são capazes de produzir uma mestra com aquilo que dispõem, se o conseguirem, daqui a 4 dias vamos ter pelo menos, uma célula real já iniciada.

Continua ...

quinta-feira, 8 de março de 2012

Alimentar as abelhas ...

A presente situação climatérica está a fazer com que a maioria dos criadores de abelhas se vejam nesta altura, o ponto alto de todo o ano apícola, confrontados com a necessidade de alimentar as suas colmeias com abelhas.

Coloca-se então a questão, alimentar com o quê?

Diz-nos a tradição e até a maioria dos manuais de criação de abelhas, que o alimento de eleição deve ser o mel, e faz todo o sentido, afinal é o alimento que as abelhas guardam, até com a própria vida, para se perpetuarem no tempo como seres individuais e perpetuarem até a sua viabilidade como sociedade organizada.

Mas será que o mel é de facto é o melhor alimento que se pode fornecer às abelhas?

Em princípio tudo indica que sim no entanto quem pode garantir que o mel que está a fornecer às suas abelhas não está de alguma forma contaminado?

O mel, como produto natural, se para o ser humano até tem propriedades antibacterianas já para as abelhas não será a mesma coisa. O mel não é fervido, não é pasteurizado, o mel não sofre nenhum tratamento que de alguma forma o deixe isento de bactérias, e como não podemos garantir isto, podemos de alguma forma estar a contaminar as nossas abelhas com alguma doença que elas não tinham. Loqueis são transmitidas pelo mel. A forma mais comum de as abelhas transportarem para a sua colonia as doenças de outras colonias é através da pilhagem como é sabido.

Então devemos continuar a alimentar com mel ou até deixar passar a ideia que o melhor alimento é o mel?

Pessoalmente acho que não, se tivermos necessidade de alimentar, devemos fazê-lo com ou alimentos específicos para alimentação de abelhas ou então e na sua forma mais simples e talvez a mais eficaz, através de xarope de açúcar, desta forma tem a garantia que pelo menos não está a transportar para as suas colmeias as doenças de outras colmeias.  

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Tentado baralhar mais um pouco

É do conhecimento geral que um dos problemas que mais preocupa neste momento os apicultores é a incapacidade de se ter encontrado até ao momento uma causa irrefutável sobre o problema do Sindroma do Desaparecimento das Colonias mais conhecido por SDC ou em inglês a CCD.

Também dentro do leque de preocupações que afetam as abelhas e por consequência os apicultores, está o problema do Virus das Asas Deformadas mais conhecido pela sua sigla novamente em inglês DWV, erradamente usado como monitorização de parasitação por Varroa, pois embora uma coisa potencie a outra não são obrigatorios para a sua existência.

Isto tudo a propósito de um texto que descobri recentemente, este texto é datado salvo erro  de 1891, e relata a perplexidade de um apicultor que descreve a 100% o problema do SDC e e simultâneo a contaminação pelo virus DWV.

Isto é curioso, a ser autêntico claro, e não tenho motivos até ao momento para questionar a sua autênticidade, porque este problemas apicolas são considerados como problemas apicolas recentes.

Fica aqui ! o link para o referido texto